segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Bolas e Balas
Ali sozinho na areia do parquinho abandonado, ele brinca com sua bola imaginária. Descalço, corre como a se desviar de adversários, mira num ponto e chuta a areia molhada, segue o olhar numa curva e olha para o canto perto da calçada, abre um sorriso gostoso e os braços como para um abraço apertado que se dá em quem há tempos não se vê, sai correndo e gritando “Goooooool!”.
Fez da situação tão verdadeira, que eu juraria ter visto a bola imaginária na sua curva impecável entrando no ângulo. Gol de fazer inveja em Kakás e Robinhos.
De minha boca foge um sorriso, com uma tranqüilidade repentina termino de atravessar a rua e sigo meu caminho.
Crianças me fazem sentir paz, igual à paz que esse menino me passou em poucos segundos de observação, paz que sente pois provavelmente não se preocupa - já que desconhece - com a morte de um menino ontem, naquele mesmo parquinho abandonado, vítima de uma bala perdida.
(Mariana Ribeiro)
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2 comentários:
vc ganhou um fã hj, acredite, se continuar a escrever assim juro que me apaixono, hehehe...
continue escrevendo, vc tem potencial, vc tem o dom...
bj
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